Cidade / História
A capital Nacional da Cebola
A atmosfera agradável e tranquila, a natureza exuberante, a gente amiga e acolhedora e os diversos locais para visitação dão opções para que os visitantes passem dias e horas agradáveis no convívio dos ituporanguenses.
Localizada no Alto Vale do Itajaí, em Santa Catarina, com área territorial de 336 km², numa altitude que chega a 830 m acima do nível do mar e temperatura média anual de 17,58ºC, com clima bastante agradável, Ituporanga tem uma população de aproximadamente 22.250 habitantes. É banhada pelo Rio Itajaí do Sul e possui indescritíveis belezas como a Gruta Nossa Senhora de Lourdes; o Salto Grande com suas corredeiras (origem do nome da cidade); o legendário Seminário São Francisco de Assis, com seus bosques, jardins e museu; a Igreja Matriz, que denota em sua arquitetura todo o estilo de época; a Barragem Sul, onde o homem edificou seu trabalho em harmonia com a natureza; a Cascata Rio Bonito, com queda de 65m e suas três cavernas; a Casa da Cultura; o Parque de Exposições, com toda a sua infraestrutura para eventos, lazer e acampamentos, entre muitos outros.
Mas, Ituporanga não se resume a estes dados. Mais que tudo, seu povo trabalhador, educado, organizado, com amor por todos e por tudo que os rodeiam, faz com que o turista se sinta a vontade no município.
Localidades
- Alto Águas Negras
- Alto Braço Perimbó
- Tifa Schäffer
- Alto Rio Bonito
- Alto Rio das Pedras
- Alto Rio Novo
- Chapadão Três Barras
- Barra do Rio Bonito
- Barra do Rio dos Bugres
- Barragem Sul
- Bela Vista
- Braço Perimbó
- Cerro Negro
- Chapadão Rio Areia
- Chapadão Santana
- Três Barras
- Coqueiral
- Ilha Grande
- Lageado Águas Negras
- Ribeirão Klauberg
- Rio Areia
- Rio Batalha
- Rio Bonito
- Rio das Pedras
- Rio do Norte
- Rio dos Bugres
- Rio Novo
- Rio Perimbó
- Barra do Indaiá
- Santana
- Tifa Mees
Y’tu porang
Da língua tupi-guarani, a cidade ganhou seu nome que significa salto grande. Santa Catarina foi o estado onde se encontrava a maior população de indígenas da tribo dos ''botocudos''. A palavra não tem origem indígena, pois, designavam os indígenas por causa dos ''botoques'' no lábio inferior. Em 1852 ocorreram os primeiros contatos entre os colonos e a população nativa e até meados do ano de 1870, muitos indígenas ainda desconheciam outros seres, a não ser eles e os animais. Após a criação, pelo Governo Provincial das patrulhas dos ''bugreiros'', pouco a pouco, a imensa nação, principalmente de povos xokleng, foi sendo dizimada, a exemplo do que aconteceu na região de Ituporanga, com o conhecido Martinho Brugreiro.
Nos apontamentos existentes em relação aos primeiros anos de colonização, mesmo que um pouco confusos, mas confirmados pelo Sr. José Egídio Sens, filho de Egídio Sens, consta que seu pai sempre contava que, em 08 de maio de 1913, por volta do meio dia, descansando em seu ranchinho (hoje localizado na várzea em frente ao morro das Pedras, na beira do rio), viu-se de surpresa atacado por um bando de indígenas botocudos, os quais eram em torno de setenta indígenas. Atacaram e saquearam o que havia de comida, matando e soltando porcos e galinhas. Fazendo ele uso de sua garrucha de dois canos, feriu um deles na cabeça e os outros recuaram para socorrer o indígena ferido. Ele, Egídio, fugiu para casa do seu irmão Matias, salvando-se milagrosamente. Das muitas flechas que lhes atiraram, apenas uma o acertou, atravessando-lhe o braço direito. Ele mesmo a arrancou em pedaços do braço ferido e defendeu-se do assalto como pode.
Ouvindo o barulho dos indígenas e das gritarias de porcos e de galinhas, veio em seu socorro o Sr. João Steffens, seu futuro sogro, da barra do Rio Perimbó. Com uma arma e sua espada, veio atacando os indígenas e os fazendo correr, sendo que muitos deles foram feridos e mortos. Mais tarde outros colonos chegaram, mas, não encontraram indígenas mortos ou feridos. Todos desapareceram e não foram mais vistos, restando apenas um que havia se ferido no calcanhar. Em seguida, os colonos se organizaram para procurar cemitérios ou cadáveres de indígenas próximos aos ataques na região. Não encontrando nenhum vestígio de silvícolas não houve mais problemas com estes. O curativo do ferimento no braço do Sr. Egídio foi feito pelo então capitão Rosinha (General Vieira da Rosa), que casualmente estava fazendo o levantamento da estrada de rodagem da região.
Os bravos fundadores
A construção de uma estrada entre Alfredo Wagner- que a época tinha o nome de Barracão - e Barra do Rio do Oeste (hoje Rio do Sul) trouxe os primeiros colonizadores para a região onde hoje está Ituporanga. Descendentes de alemães, italianos e portugueses, os colonos chegaram a partir de 1912. Após a construção da estrada, a principal atividade econômica foi a extração de madeira, mas o cultivo da cebola desenvolveu-se tornando o município conhecido nacionalmente. Até 1924, a localidade chamava-se Generosópolis, mas uma cascata no Rio Itajaí mudou a denominação para Salto Grande. O nome definitivo veio porque já existia uma cidade denominada Salto Grande – o significado, porém, é o mesmo: Ituporanga é “salto grande” em Tupi-guarani.
Agricultura
Ituporanga é a Capital Nacional da Cebola, responsável por 12% do abastecimento nacional. São mais de cento e dez mil toneladas anuais, em quatro mil e seiscentos hectares plantados (2012). Fumo, milho e feijão também têm destaque, sendo o milho, a cultura com maior área plantada, além da criação de aves, bovinos e suínos.
A semeadura da cebola é feita entre os meses de abril e maio e a partir de junho é realizado o transplante para a lavoura. A colheita inicia em outubro e se encerra em dezembro, mas os bulbos são armazenados até maio, sendo então comercializados de forma escalonada. Assim, o mercado nacional é abastecido com cebolas de qualidade reconhecida, com destaque para as variedades crioula e bola precoce. Elas foram desenvolvidas na região e tem a aparência e o sabor mais desejados pelos brasileiros. São 1.100 agricultores os responsáveis por essa produção, que contam, anualmente, com a ajuda de 1.500 pessoas contratadas para plantar, colher e beneficiar as melhores cebolas do Brasil, gerando, ainda, emprego e renda.
Nos últimos anos Ituporanga vem se destacando no cultivo de grãos. São áreas expressivas de milho e soja cultivadas com tecnologia de ponta, o que propicia altas produtividades. Os rendimentos do milho chegam a 12.000 kg/ha e da soja a 4.200 kg/ha.
Indústria
A produção industrial cresceu exponencialmente nas últimas décadas com a implantação na cidade de novas unidades principalmente indústrias de estruturas de concreto pré-moldado e metálica, alavancando a cadeia produtiva e a geração de novos empregos.
A indústria mais antiga é a de papel, desde os anos de 1940 produz celulose na cidade. A indústria de móveis também está bastante presente com tradição de excelentes marceneiros que fabricam artesanal e industrialmente móveis e esquadrias de excelência. Outros segmentos industrias também estão presentes como a indústria da confecção, ferramentas e de produtos agrícolas industrializados.
Comércio
O comércio da cidade é bem variado, com destaque ao comércio de produtos para agropecuária. Grandes redes de varejo dividem espaço com pequenas lojas de eletroeletrônicos, vestuário, calçados, alimentos e informática, entre outras. O setor de telefonia também tem destaque, sendo a cidade, sede de algumas das maiores revendas de celulares da região e do estado.
Turismo Rural
Ituporanga, Capital Nacional da Cebola, tem sua economia voltada para a agricultura, o que remete ao turismo rural e religioso. Investidores do próprio município iniciaram a expansão do turismo rural. Hoje a cidade atende seus visitantes com mais de dez propriedades que foram modificadas para servirem como pousadas. O turista conta, ainda, com cinco hotéis que oferecem toda infraestrutura para servir bem quem deseja conhecer o município.
Turismo de Aventura
Com o desenvolvimento do turismo de aventura em Ituporanga, o lugar de destaque é a cascata do Rio Bonito: uma queda de 65 metros com três cavernas. Para facilitar o acesso de veículos ao local, foi construída uma trilha em meio a mata. O cicloturismo é uma excelente modalidade, com estradas rurais de beleza rara e outras belezas naturais espalhadas por toda a extensão do território.
Uma história de superação
Construída às margens do maravilhoso Rio Itajaí do Sul, Ituporanga sofreu muito com as cheias ao longo dos anos. As enchentes fazem parte da história do município, pois trouxeram destruição e prejuízos à cidade, mas também revelaram a força e a capacidade de superação deste povo guerreiro. As enchentes de 1983 e 1984 pareciam partes de uma história distante quando, em 2011, a natureza mostrou novamente sua força, trazendo, junto com a força das águas, devastação e desespero. Mais uma vez Ituporanga mostrou sua capacidade de superação e, alguns dias após as enchentes, a cidade já voltava a sua quase normalidade.
Brasão
Bandeira
Fundação | 14 de fevereiro de 1949 |
Gentílico | Ituporanguense |
Prefeito(a) | Gervásio Maciel (Progressistas) 2021-2024 |
Área | 336,955 km² |
População | 25.000 Habitantes Censo IBGE/2021 |
Densidade | 66,05 hab./km² |
Altitude | 370 M (Sede) |
Clima | Subtropical |
Municípios limítrofes | Alfredo Wagner, Atalanta, Aurora, Chapadão do Lageado, Imbuia, Petrolândia, Presidente Nereu, Agronômica e Vidal Ramos |
Mesorregião | Vale do Itajaí IBGE/20081 |
Localização de Ituporanga em Santa Catarina
Como tudo Começou
Os antigos mapas da província de Santa Catarina indicavam a zona do Rio Itajaí do Sul como um lugar desconhecido e com aldeias de indígenas nativos e que, na época, ainda não tinham tido contato com a civilização.
Em 1853, o governo imperial determinou a criação da Colônia Militar de Santa Tereza, localizada onde hoje se situa o Distrito de Catuíra, às margens do Rio Itajaí do Sul. Nesta colônia, contratavam-se soldados e colonos, com objetivo de defenderem tropas e viajantes, que seguiam em direção aos campos de Lages.
Nos últimos meses do ano de 1890, o Governo Provisório da República havia feito contratos com o Coronel Carlos Napoleão Poeta, o Coronel Gustavo Richard e o Coronel Emílio Brum, para fundarem neste Estado, núcleos agrícolas e fixarem lugares para colonos emigrantes. Os referidos concessionários transferiram os seus contratos para a Companhia de Colonização e Indústria de Santa Catarina que tinha à sua frente o Coronel Carlos Napoleão Poeta, como diretor liquidante.
Essa empresa começou a intensificar o seu serviço de colonização em 1902, fazendo medições de lotes e abrindo estradas em suas terras.
Em 1908, o Coronel Carlos Napoleão Poeta contratou com o Governo do Estado a construção de uma estrada carroçável entre Barracão (atual Alfredo Wagner) e a barra do Rio do Oeste (hoje Rio do Sul). A estrada seguia a sinuosidade do Rio Itajaí Sul, desbravando-o, para ali admitir a localização de agricultores e fazer as bases para as futuras povoações.
A empreitada não foi das mais fáceis. Lutando contra muitos obstáculos, entre eles o perigo das matas e o ataque de indígenas que habitavam a região, a finalidade do bandeirante catarinense foi conseguida dentro de regular espaço de tempo.
Os Colonizadores
Encorajados por esta primeira iniciativa de colonização nesta região desconhecida, por terra e rio abaixo, em canoas improvisadas, Matias Pedro Sens e Egídio Sens se estabeleceram em pontos da atual Vila Nova, e João Steffens na barra do Rio Perimbó. Estimulados por estes moradores, Matias Gil Sens, acompanhado de esposa e filhos, após sete dias de exaustiva viagem, fixaram residência mais abaixo, em 15 de agosto de 1912, data considerada a chegada desses primeiros colonizadores, seguidos, logo depois, por mais uma leva de colonos.
Chegados ao local, tiveram que enfrentar logo de início, não somente os perigos da mata e a violência dos animais selvagens, como também o ataque de indígenas. O desenrolar dos dias da nova residência a família foi desbravando matas, construindo atalhos para as roças de cultura, criando aves domésticas e animais necessários à lavoura, fazendo com que o produto conhecido de seu trabalho empolgasse outras famílias a também fixar moradia nessa região.
Seguiram os passos de Matias Gil Sens e seus familiares os agricultores: Adão e Jacob Sens na sede; Fernando Sens e Leopoldo Ludwig na Barra do Rio Gabiroba; Guilherme Mohr no Rio Batalha e muitos outros, cada qual dando sua parcela de contribuição para o desenvolvimento da região.
Os indígenas se Manifestaram
Dos registros existentes, em relação aos primeiros anos de colonização, consta que "a 8 de maio de 1913, aproximadamente pelo meio-dia, descansando em seu ranchinho, Egidio Sens, irmão de Matias Pedro Sens, foi surpreendido pelo ataque de um bando de indígenas botocudos. Fazendo uso de sua espingarda, feriu um dos atacantes na cabeça e enquanto os outros recuavam, fugiu para casa de seu irmão Matias, salvando-se. Das muitas flechas que os indígenas atiraram em Egídio, uma lhe acertou, atravessando o seu braço direito. Ele mesmo a arrancou, em pedaços, do braço ferido, defendeu-se como pode. O curativo do ferimento foi feito pelo então capitão Rosinha (general Vieira da Rosa), que casualmente estava fazendo o levantamento da estrada de rodagem da região".
Um dia após o ataque dos indígenas a Egidio Sens, Sebastião Antonio Pereira atravessou as matas do então lugarejo Salto Grande, pela segunda vez, na função de estafeta (correio a cavalo) da nova linha postal entre Barracão e Bela Aliança (Rio do Sul), sem encontrar sérias ameaças dos indígenas que povoavam estes lados, os quais após certo tempo, perseguidos pelos colonos existentes nas redondezas do povoado, localizaram-se em Ibirama, onde o governo federal lhes reservou área de terras para caça (reserva indígena).
A Atuação de Martinho Bugreiro
Martinho Marcolino de Jesus era seu verdadeiro nome. Natural de Angelina residia em Taquaras, no caminho para Palhoça-Lages. Ali os indígenas haviam dizimado sua família, matando esposa e dois filhos. Inconformado, ele se lançou à caça implacável dos causadores dessa desgraça.
Pouco se conhece a respeito do "bugreiro", os relatos retratam um caboclo simples, um homem comum. Alto, magro e de rosto moreno. Ágil e, sobretudo, corajoso, conhecia com perfeição a mata e seus segredos. Era fechado, falava pouco. Honesto no seu viver e de extrema seriedade. Exigia que as índias aprisionadas, crianças ou adultas, fossem tratadas com maior respeito. Chegou ao extremo de liquidar um de seus companheiros porque insistia em se aproveitar de uma menina índia, muito bonita, capturada numa investida na região de Ituporanga. Presume-se que tal fato tenha acontecido na localidade de Rio Batalha, onde se acha sepultado um de seus companheiros. Sua função era espantar, aprisionar e exterminar indígenas. "Sem-vergonhices" não eram permitidas. Seu retorno das "caçadas" era sempre aguardado com interesse. As famílias abastadas ficavam ansiosas para adotar alguma indiazinha que fosse capturada.
Das muitas emboscadas que realizou, Martinho trazia sempre mulheres e crianças indígenas, que em Blumenau eram entregues ao Juiz de Direito da Comarca, Dr. Alves de Albuquerque Gama, que as encaminhava aos cuidados das Irmãs do Convento da Divina Providência, e algumas confiadas a famílias abastadas da cidade, que as adotavam. Além das presas, entregava ao magistrado não só os arcos e flechas e outros apetrechos, como também prestava contas, devolvendo o dinheiro que sobrava, e que era repassado pelo juiz ao convento para sustento e criação das indiazinhas.
Com a pacificação dos indígenas e a organização de uma aldeia para eles na região do Rio Plate, Martinho, que ficara sem função, terminou seus dias, na cidade de Bom Retiro. (Dados extraídos do opúsculo de Enéas Athanázio "Martinho Bugreiro: Criminoso ou Herói)
Os Nomes de Nossa Cidade
A primeira denominação da localidade que hoje constitui a cidade de Ituporanga, nunca usada oficialmente, foi "Rio Abaixo", por razão da primeira picada aberta pelos exploradores da região, e pelo fato de a estrada carroçável construída seguir continuamente a margem direita do Rio Itajaí do Sul.
Posteriormente, devido à localização onde se estabeleceram os primeiros povoadores descendentes de imigrantes alemães, originários de São Pedro de Alcântara, no município de São José e Santo Amaro da Imperatriz, no município de Palhoça, Ituporanga passou a ser denominada Barra do Rio Gabiroba e Barra do Rio Perimbó.
Em 1919, quando foi criada a primeira escola, o local passou a ser chamado de Salto Grande, em virtude da escola e da existência de uma bela queda d'água nas suas proximidades.
Em 1923, Salto Grande foi elevado a categoria de vila com o nome de Generosópolis, dado em homenagem ao superintendente da época, senhor Generoso Domingos de Oliveira, também presidente do Diretório do Partido Republicano Catarinense, e cuja influência política que mantinha o fizeram merecedor dessa homenagem. No entanto, essa denominação somente foi usada em carimbos dos correios e documentos oficiais, continuando o local a ser conhecido denominado Salto Grande pela população.
A legislação Federal relativa à duplicidade de nomes de cidades e vilas brasileiras atingiu também o distrito de Salto Grande, que passou a chamar-se Ituporanga, que significa "Salto Grande" na língua dos indígenas, nome que conserva atualmente.
Da Criação Do Distríto até o Munícipio
Pela lei nº. 1.408 de 4 de outubro de 1922, foi criado o Município de Bom Retiro e em seus novos limites foi incluída a localidade de Salto Grande, que pela lei nº 11, de 5 de novembro de 1923 era elevada à categoria de Distrito, com o nome de Generosópolis.
O crescimento do então distrito de Generosópolis e a luta de suas lideranças sensibilizaram o Governo do Estado que, através da lei nº. 247 de 30 de dezembro de 1948 elevaram o Distrito à condição de cidade, sendo criado o Município de Ituporanga, instalado solenemente em 14 de fevereiro de 1949, assumindo as funções de Prefeito Provisório o então Tenente da Polícia Militar do Estado de Santa Catarina, Olivério José de Carvalho Costa, nomeado por decreto do Governo do Estado.
Em 11 de setembro de 1949, realizaram-se as eleições para prefeito e vereadores de Ituporanga, tendo sido eleito o primeiro prefeito do município, o senhor João Carlos Thiesen, e eleitos os membros da Câmara Municipal, composta por sete vereadores, os quais assumiram suas funções em 24 de setembro de 1949.
A Históra da Igreja Católica
No ano de 1912, penetrou na mata virgem de Salto Grande a primeira família, Matias Gil Sens e seus descendentes. Naquele tempo, a paróquia era Teresópolis, a primeira fundação franciscana que passou mais tarde para a direção do padre Augusto Schwiertling. Neste tempo, começou a colonização das regiões do Rio Itajaí abaixo, do qual o padre Augusto tornou-se um merecedor de gratidão pela sua atividade em prol da comunidade . Não podendo com regularidade atender a todos os lugares da extensa paróquia, conseguiu que diversos padres seculares fossem auxiliá-lo nas visitas paroquiais. Assim, estiveram no ano de 1914 em Salto Grande os padres Bernardo Blasing e Fuchtjchann, bem como os padres franciscanos Frei Humilis e Frei Meinrando.
No dia 30 de janeiro de 1914, duas crianças, Olinda Sens e João Stefen Filho, receberam a primeira santa comunhão na missa, rezada pelo padre jesuíta Luiz Steiner. As primeiras duas crianças que nasceram desde o começo da colonização foram batizadas pelo vigário Augusto Schwierling, no dia 8 de julho de 1915. Em 15 de fevereiro de 1919, padre José Surndrup deu a benção litúrgica da pedra fundamental da primeira capela que em 15 de janeiro de 1922 foi inaugurada.
As santas missas até então foram celebradas na casa de Matias Sens e, mais tarde, celebrou-se a missa no prédio escolar de Salto Grande, que serviu também de capela. O pedreiro João Hass, ajudado pelos colonos, terminou a capela, que serviu mais tarde de presbitério da futura Matriz, construída no tempo do primeiro e dinâmico vigário Gabriel Zimmer.
Na visita paroquial, que fez no dia 8 de fevereiro de 1928, o Exmo. Revmo. Sr. Arcebispo de Florianópolis Dom Joaquim Domingues de Oliveira, declarou, na missa campal, que Salto Grande em breve seria sede de uma nova paróquia. Cumpriu-se esta promessa por decreto da diocese no dia 5 de abril de 1929. Tomou posse da paróquia o Rev. Padre Frei Gabriel Zimmer,
Foi Frei Gabriel um vigário dinâmico e trabalhador, amigo dos colonos que em poucos anos construiu a bela Matriz de Santo Estêvão (2ª Igreja Católica).
Aos 20 de abril de 1931, sua Excelência Dom Joaquim Domingues de Oliveira benzeu solenemente a matriz. Naquele tempo, podia se considerar aquela matriz a maior do planalto do Vale do Itajaí.
Nunca se viu Salto Grande, conforme os relatos históricos, festa tão importante, inclusive fizeram parte todas as classes sem distinção de posições e credos.
Os trabalhos de Frei Gabriel foram coroados de grande êxito, como provou a inauguração da matriz; não menos sorte ele teve em organizar uma festa no mesmo ano, por ocasião da inauguração dos novos sinos e do relógio da torre, por ele adquirido. No dia 18 de novembro de 1934, foi solenemente inaugurado na matriz da paróquia, o lindo e muito precioso órgão "Oskalyd" opus 12034, da célebre firma Walker, construído no ano de 1924. Está jóia foi um presente do grande benfeitor Dr. Raul Brennert Pereira, do Rio de Janeiro.
Foi nomeado, em 13 de janeiro de 1945, Frei Artur Kleba, vigário da imensa paróquia. Para ajudar a cuidar das 28 capelas, Frei Artur contava com ajuda dos vigários-cooperadores Frei Manfredo e Frei Beno. Nos anos de seu governo, foi construído um novo grupo escolar "Mont'Alverne". Também foi iniciada a construção do novo hospital, que no tempo do Frei Achilles Klockner foi inaugurado.
Frei Artur gostaria de construir grutas em honra de Nossa Senhora de Lourdes. Assim também pôs mão à obra e como filho de São Francisco, procurou o lugar apropriado para construí-la, além do rio Itajaí, onde mais tarde foi feita uma ponte pênsil para facilitar o acesso. Frei Fortunato veio para cá no ano de 1947, visitando no lombo do burro as capelas numa regularidade extraordinária.
No governo do Vigário Frei Artur, foi iniciada a construção de uma matriz maior, pois a matriz velha já não servia para o grande número de fiéis.
Esta obra majestosa foi concluída pelo sucessor, Frei Achilles.
Esta matriz enorme tornou-se, sem dúvida alguma, um atestado vivo da fé do povo ituporanguense.
No mês de maio 1954, as obras da matriz estavam terminadas. O povo ajudou numa cooperação admirável e harmoniosa para a conclusão desta obra notável da matriz, acabada em 5 anos. Ituporanga viveu parte dos maiores dias da sua história, conforme a programação das festividades, realizadas nos dias 30 de abril, 1º e 2 de maio. No dia 30 de abril, chegou para a inauguração o septuagenário Arcebispo de Florianópolis, Dom Joaquim Domingues de Oliveira. Na localidade de Vila Nova, a 4 quilômetros de Ituporanga, a recepção tomou caráter da antigas chegadas das autoridades eclesiásticas. Uma cavalaria de 150 homens com bandeiras e um carro de mola ricamente enfeitado. A primeira parada em Ituporanga, foi na casa do Sr. Norberto Ludwig. Dali, o cortejo seguiu à matriz. Chegados à frente da matriz, o Sr. Arcebispo agradeceu ao povo aquela respeitosa e cordial recepção que tivera, agradecendo também ao orador, o Sr. João Carlos Thiesen, que representando a população lhe entregou a chave da cidade.
No tempo de Frei Jerônimo, melhorou-se visivelmente a gruta de Nossa Senhora de Lourdes. Ao longo do caminho que leva à gruta, colocaram-se as 14 estações da Via-Sacra, em alto-relevo.
Na frente da matriz, Frei Jerônimo organizou uma praça com flores e árvores especiais.
Diante do cinqüentenário da fundação de Ituporanga passaram os padres seculares e regulares, que acompanharam os primeiros imigrantes desde a picada, dando assistência religiosa, administrando os sacramentos, construindo capelas e escolas, confortando os colonos no seu trabalho cotidiano.
A Históra da Igreja Evangélica
Embora começasse a colonização da região do então Salto Grande já no ano de 1912, só em 1918 chegou aqui o primeiro morador não católico, Carlos Jensen Filho, oriundo de conhecidíssima família blumenauense. Sua primeira casa foi propriedade da Companhia Jensen, Agricultura, Indústria e Comércio. Logo após, vieram outros protestantes que se estabeleceram na sua quase totalidade no lugar Rio Batalha.
Os primeiros cultos evangélicos foram ministrados pelo pastor Hahn, da então Bela Aliança (Rio do Sul), numa casa desabitada de um colono católico, cujo nome é ignorado e que colocou à disposição para tal finalidade religiosa. Encontrava-se a dita casa perto da ponte do Rio Batalha, no terreno em frente à antiga olaria ali existente. Mais tarde, o pastor Hahn passou a ministrar os cultos na casa de moradia de Fritz Siewes, protestante morador do Salto Grande e membro da igreja evangélica.
Além da casa de Fritz Siwes, outras moradias serviram também para local de reuniões religiosas. De vez em quando, passava aqui o pastor Liebhold, da paróquia de Santa Isabel, ministrando cultos e pregando o evangelho. No decorrer dos anos, formou-se uma comunidade com presbíteros eleitos e houve então um desenvolvimento regular e contínuo da comunidade.
Até 1929, não havia ministro evangélico morando no lugar. Mas, como aumentava cada vez mais o número de moradores protestantes, a direção da liga das Paróquias Evangélicas, com sede em Blumenau, achou por bem que Salto Grande tivesse um pastor com residência no lugar, mas ainda continuariam subordinados à Paróquia Santa Teresa-Barracão.
Durante o tempo de Vikar Stoer, lançou-se em 25 de maio de 1930, a pedra fundamental para a igreja matriz em Salto Grande, ao passo que a construção foi levada ao término no tempo do diácono Creutzberg, inaugurado em 23 de agosto de 1931. Em 31 de outubro de 1934, inaugurou-se a Casa Paroquial.
No ano de 1938, o diácono Creutzberg entrou em férias, viajando com a família para a Alemanha, com o intuito de regressar em poucos meses de descanso. Por motivos diversos, permaneceu mais tempo na pátria antiga; interveio a segunda guerra mundial que rompeu em setembro de 1939, obrigando-o a permanecer mais tempo na Alemanha.
Em 1945, fim da guerra, Ituporanga recebeu como pastor Neumann. Foi quando surgiu no coração dos evangélicos o desejo de não mais continuar pertencendo à Paróquia Santa Teresa-Barracão, mais sim se uma paróquia autônoma e independente da outra. Este intento logo foi realizado, em 3 de abril de 1947, houve a fundação da Paróquia de Ituporanga.
A Históra da Educação no Município
Tudo indica que parece ter sido em 1914, quando Ituporanga era ainda "Barra da Gabiroba", quando ainda se temiam os ataques de indígenas Botocudos, que pela primeira vez se ministrou qualquer instrução a alguma criança do lugar. O padre jesuíta Luís Steiner ministrava catequese para a primeira Santa Comunhão, realizada em 30 de janeiro daquele ano.
Por volta de 1915, levantou-se em Barra da Gabiroba, um pequeno prédio, que era utilizado para aulas às crianças da comunidade e onde eram também celebradas as santas missas, que até então vinham sendo rezadas na residência do Sr. Matias Gil Sens.
Esta foi a primeira escola de Ituporanga, construída onde hoje temos o jardim diante da Igreja Matriz Santo Estêvão.
Em 1919, foi criada pelo município de Palhoça a primeira escola da região colonizadora com a denominação de Escola Municipal de Salto Grande, cujas aulas tiveram início em 17 de abril daquele ano, com matrícula de 17 alunos, exercendo o cargo de professor o Sr. João Carlos Thiesen, primeiro professor nomeado para aquele estabelecimento. É importante fazer referência que com a criação da nova escola, a Escola Barra da Gabiroba passou a chamar-se Salto Grande, da existência de uma bela queda d`água nas proximidades da sede.
A Escola Alemã Salto Grande
Em 1924, foi criada a comunidade do Rio Batalha e, em seguida, foi organizada uma escola, a Escola Alemã Salto Grande, da qual se tem registros fotográficos em 1927. Seu professor foi Carlos Gassmann. Em 30 de junho de 1935, muda-se o seu nome para Escola Evangélica Paroquial, dirigida a partir de então pelo diácono George Kreutzberg, que ao mesmo tempo em que dirigia a escola, fazia o papel de pastor da Paróquia. As aulas eram ministradas em língua alemã, e era uma escola direcionada para atender os filhos dos imigrantes.
Esta primeira Escola Evangélica em Ituporanga teve, no entanto, vida curta. Com a Segunda Guerra Mundial, ela teve de ser desativada pelo fato de a nação brasileira ter se posicionado ao lado dos Estados Unidos na luta contra a Alemanha, país de origem dos imigrantes. As autoridades brasileiras tentaram erradicar todo e qualquer vestígio que lembrasse a terra e a cultura dos imigrantes, e com isso muitas escolas evangélicas foram fechadas em todo o país.
O Grupo Escolar Santo Antônio
Em janeiro 1933, Frei Gabriel Zimmer, 1º pároco da Paróquia Santo Estevão, assume a educação da juventude, construiu o primeiro Grupo Escolar "Santo Antônio", prédio de madeira, medindo 231m². Foi sob a reconhecida experiência do senhor Augusto Kirchner, o construtor do prédio, que em menos de cinco meses finalizaram-se as obras de construção para que o Grupo pudesse entrar em funcionamento
Nas vidraças das janelas, desenhos alusivos à história de "Chapeuzinho Vermelho". Havia três grandes salas de aula, divididas por portas duplas e sanfonadas. A sala do 4º ano ficava em nível de palco. Era só dobrar aquelas portas, e feito estava o salão de festas e teatro.
No dia 1 de julho de 1933, começaram as aulas para um total de 160 alunos matriculados.
Pelo decreto nº 384 de 26 de junho de 1933, foi concedida equiparação e no dia 29 de outubro do mesmo ano aconteceu a festa de inauguração.
Frei Gabriel era o diretor. Os alunos se dirigiam às salas de aula em fila dupla, marchando ao som do piano, tocado por dona Alice Maffezolli.Os alunos usavam uniformes nas cores azul e branco.
Os primeiros anos do Grupo Escolar foram de muita harmonia, trabalho e progresso. Também de lazer. A cavalo ou de charrete, realizaram várias excursões pelos povoados de Rio Batalha, Rio Areias e Lageado.
Durante muitos anos, o Grupo Escolar Santo Antônio serviu a nossa cidade.
Dona Ângela Grams era a professora do 1º ano, numa sala a parte. Dona Johanna Hutmacher, do 2º ano. Dona Maria Alice Maffezolli, do 3º ano. e Dona Inês Guszewski do 4º ano.
Em 1939, durante o desfile cívico de 7 de setembro, foi a 1ª vez que os alunos do Grupo Escolar Santo Antônio vestiram seus uniformes azul e branco e representaram o Grupo nas solenidades.
A cidade cresceu ao redor Igreja e do Grupo Escolar Santo Antônio. O Grupo Escolar viveu muitos anos, mantido e dirigido, com o mesmo carinho e esmero da parte dos Diretores e Professores, até que um novo e mais ampliado estabelecimento viesse abrir maiores possibilidades para a questão do ensino em Ituporanga.
O Grupo Escolar Mont' Alverne
Os anos foram passando, a cidade crescendo e devido a necessidade de ampliação das instalações do Grupo Escolar Santo Antônio, em 5 de dezembro de 1948, era inaugurado Grupo Escolar Mont`Alverne, criado por iniciativa do Governo do Estado, dirigido inicialmente pelo senhor Guido Costa e posteriormente pelas irmãs franciscanas de São José. Em substituição a "Santo Antônio", o educandário recebeu o nome da grande figura da oratória sacra no Brasil do século XIX, Frei Francisco de Mont' Alverne.
Na solenidade de inauguração do prédio aconteceu uma grande festa na nova escola, aconteceram apresentações e demonstração de educação física para as autoridades e a comunidade. Foi contratado um professor de Florianópolis para ensaiar os alunos para a festa, que fizeram belíssimas apresentações com bastões e arcos.
No primeiro ano do Grupo Escolar foram matriculados 452 alunos e foram seus professores: Waldemar Wagner, Clara Nienkoetter, Irma Trierveiler, Nérica Sens, Jandira Maciel, Teresa Prim, Elza Teresa Costa, Conceição Weseli Sá, Lucy Batschauer e Ernestina Faizer.
Nas salas de aula, havia quadro-negro de madeira, no qual os professores escreviam com giz branco, as carteiras eram duplas, de madeira, a bancada de escrever era fixa com o banco para sentar, e no meio da carteira encontrava-se o local para colocar o tinteiro que abastecia as canetas.
No ano de 1961, foi criada a Escola Técnica de Comércio Santo Estevão, sendo da rede particular, que funcionou no prédio do Grupo Escolar Mont`Alverne, no período noturno, e este foi o primeiro curso de ensino médio de nossa cidade. A escola mudou para prédio próprio no ano de 1978.
Outra escola que também funcionou neste prédio foi o Colégio Normal Roberto Moritz, que iniciou suas atividades no ano 1967 e mudou-se para prédio próprio em 1973.
Em 1975, com o esforço da diretora da escola Terezinha Frainer, o professor José Fernando Sens, juntamente com outras pessoas da escola e da comunidade, foi organizada uma comissão, que possibilitou a realização de um sonho antigo: a fanfarra "Os Cardeais".
Os Cardeais apresentaram-se pela primeira vez com 39 integrantes e, no ano seguinte, já contava com 51 integrantes. A partir daí, foram adquiridos novos uniformes e mais instrumentos.
Inúmeras vezes, a fanfarra se apresentou, em acontecimentos cívicos e sociais da Escola, do município de Ituporanga e dentro do estado de Santa Catarina. Participou de concursos e, hoje, continua sendo orgulho para todos que passaram e que continuam na escola. A cada ano, a fanfarra se renova, e sempre tem uma grande fila de espera de alunos que querem participar e se apresentar pela fanfarra.
No ano de 1998, a Escola completou seu cinqüentenário realizando uma programação especial com Festa Junina, Concurso de Redação com premiação, o desfile de 7 de setembro foi relacionado aos 50 anos da Escola, confecção de um bolo gigante, e desenvolvimento de várias atividades com o tema.
No dia 5 de dezembro, depois da apresentação da fanfarra "Os Cardeais" pelo centro da cidade, a comunidade participou de um coquetel. Neste mesmo dia, foi exposta ao público uma placa luminosa alusiva aos 50 anos do educandário.
No ano de 2000, por determinação do Governo Federal, a Escola Básica Mont`Alverne passou a denominar-se Escola de Ensino Fundamental Mont`Alverne.